Iguatemi é o 35º ponto comercial mais valorizado do mundo

Metro quadrado do empreendimento custa em média R$ 364 por mês

Realizada no começo do ano, uma curiosa pesquisa realizada pela consultoria suíça Location Service Research apontou o Shopping Center Iguatemi de São Paulo como 35º ponto comercial mais valorizado do mundo, em termos de metro quadrado. Liderada pela imponente 5ª Avenida, em Nova York, a lista ranqueia as ruas e centros mais caros do mundo para o comércio.

Pioneiro do gênero no país – surgiu como o primeiro shopping brasileiro em 1966 – o Iguatemi tem se consolidado através das décadas não apenas como um empreendimento de ponta, mas como referência ao que há de mais conceituado no varejo nacional. Entrar para a lista dos pontos comerciais mais valorizados do planeta é apenas um reflexo do prestígio que o acompanha desde o seu surgimento. Prestígio agora reconhecido lá fora também.

Para o advogado e consultor Mario Cerveira Filho, perito em questões voltadas a shopping centers, essa não deixa de ser uma boa representação para o segmento no país, já que ela nos equipara a conglomerados comerciais de primeira linha em todos os continentes, mas também é uma constatação da incoerência que rege o setor do comércio brasileiro.

“No Brasil, contamos com, aproximadamente, 650 empreendimentos do gênero. Se nos compararmos com os EUA, por exemplo, que tem uma média de 46 mil centros de compras hoje em dia, temos de reconhecer o mérito dessa 35ª posição na lista. Para nós, é o reconhecimento de um status. Contudo, não podemos ignorar o outro lado dessa moeda. Considerando-se a realidade do comércio e do poder de consumo em nosso país, talvez a supervalorização de um ponto comercial como o Iguatemi em âmbito mundial expresse uma certa discrepância em nosso próprio sistema capital”, aponta o advogado.

Para poucos

Segundo a pesquisa, o preço médio do metro quadrado no shopping Iguatemi é de € 131 (R$ 364). Como observado por Cerveira, é um valor para poucos. “No Brasil, aproximadamente 70% dos lojistas são micro e pequenos empresários que não contam, em sua maioria, com recursos suficientes para investir em um espaço dentro de um empreendimento como o shopping Iguatemi. Falamos de mais de R$ 350 por metro quadrado. Levando-se em conta que o custo de ocupação em um shopping center engloba aluguel, condomínio e fundo de promoção, dentre outras despesas extraordinárias como energia elétrica e ar condicionado, poucos são os comerciantes – ou aspirantes a – em condições reais de arcar com um ponto tão dispendioso como esse”.

Fonte: Sindilojas-SP, 20 de março de 2008

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