Em junho, empresa controlada pelo Mubalada comprou a administração da Starbucks, também operada anteriormente pela SouthRock
Letícia Lopes
A Zamp, dona das redes Burger King, Popeys e Starbucks no Brasil , anunciou nesta segunda-feira que vai assumir a administração da Subway no país. O movimento envolve o uso de marca e desenvolvimento das operações da empresa, o que inclui o gerenciamento da rede de mais de 1,5 mil lojas franqueadas e a cadeia de fornecedores, além de permitir que a Zamp abra e opere restaurantes próprios.
Segundo dados do ano passado da Associação Brasileira de Franchising (ABF), a Subway ocupa a sétima posição no ranking das maiores franquias do país, com 1.574 lojas. Já a Zamp tem hoje 1.028 lojas do Burger King e da rede de frango frito Popeyes no Brasil, sendo 262 delas franqueadas.
Especialista em Direito Empresarial, o advogado Daniel Cerveira analisa que, de modo geral, os modelos de negócio são semelhantes: as franquias devem seguir o padrão estabelecido pela marca, publicidade institucional e compras somente com os fornecedores homologados.
Mas a entrada da Subway no portfólio da Zamp pode gerar mudanças no dia a dia para os franqueados da rede de sanduíches:
– Como só foi substituída a master franqueada, tudo continua igual do ponto de vista contratual, em termo de direitos e obrigações das partes. Por outro lado, o que pode modificar é a gestão da rede, considerando a cultura da Zamp e estrutura operacional – afirma.
A operação ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Até dezembro do ano passado, quem operava a rede de franquias no país era a Southrock Capital. Depois que a empresa pediu recuperação judicial, a administração brasileira da Subway ficou a cargo de uma afiliada local da matriz americana.
O movimento amplia a presença da Zamp no mercado brasileiro de fast food. Em junho, a empresa controlada pelo Mubadala Capital, do fundo soberano de Abu Dhabi, anunciou a compra das operações da Starbucks no Brasil por R$ 120 milhões. A rede de cafeterias também era administrada no país pela Southrock.
“A operação não envolve o Grupo Southrock e não necessita de qualquer aprovação no âmbito de sua recuperação judicial”, informou a companhia em fato relevante.
Fonte: O Globo, 17 de setembro de 2024