Franquia: um bom negócio

Um estudo realizado pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) demonstra que no período de dez anos, isto é, entre 2002 e 2012, o número de redes de franquias atuando em território nacional subiu de 650 para 2.426 marcas, perfazendo uma alta de 273%. Para melhor compreensão, em síntese, o negócio de franquia compreende a cessão de direito de uso de uma determinada marca, realizada entre empresários, mediante o pagamento de taxa de franquia e taxa de royalties.

Assim, o investidor que pretende abrir uma franquia, em qualquer ramo, tem altas expectativas de adentrar em uma rede altamente lucrativa. Contudo, é importante observar alguns pontos para assegurar este sucesso tão almejado. Vejamos:

1 – Estudar a COF (Circular de Oferta de Franquia): Este documento contém informações valiosas do negócio da Franquia e deve ser entregue ao candidato dez dias (no mínimo) antes da assinatura do contrato de franquia. Isto porque a COF contém a lista completa das unidades franqueadas, o histórico da marca, o prazo para retorno financeiro, entre muitos outros pontos que devem ser, obrigatoriamente, analisados com cautela e cuidado. Portanto, observe se o que denota a COF está de acordo com a expectativa depositada na marca.

2 – Analisar questões financeiras: A relação que se dá entre o franqueado e franqueadora é inteiramente comercial. Isto significa que não há parte hipossuficiente, pois ambos são empresários e assumem o risco do seu próprio negócio. Por esta razão, atente-se aos números apresentados de faturamento, valor necessário para investimento, inclusive, do capital de giro, pois, assim que assinar o contrato de franquia, é necessário que cumprir as obrigações ali ajustadas.

3 – Atentar-se ao perfil do candidato ideal: O candidato deve ter em mente que para abrir uma franquia não basta, tão somente, gostar do produto oferecido pela marca. Para tanto, o candidato deve ter perfil de gerenciador e comunicador, vez que ele vai ter que coordenar uma equipe, administrar seu negócio e, nos limites da marca, empreender. Frise-se que empreender não significa mudar o padrão da marca que já existe, pois o franqueado fará parte de uma rede já consolidada.

4 – Comprometer-se: Esta é uma das principais causas de insucesso da franquia. O franqueado deve estar ciente que o sócio operador deverá estar presente na franquia durante o funcionamento da mesma, mesmo que ainda não seja por período integral. Por vezes, significa trabalhar muitas vezes aos domingos, feriados ou férias de final de ano. Este é ponto fundamental para o bom desenvolvimento do negócio. E frise-se, não há o que se falar em comprar uma franquia para uma outra pessoa sem analisar estes pontos aqui abordados.

5 – Informa-se com franqueados da rede: É de suma importância que o candidato converse com outros franqueados, bem como investigue os pontos ruins da franqueadora. Faça contato com novos e antigos franqueados usando a lista de contatos presente na COF e, assim, esclareça todas as dúvidas.

6 – Analisar o contrato de franquia: A relação de franquia é regida pelo que está no contrato. Ele dispõe todas as obrigações, taxas, multas, entre outros pontos que podem comprometer o negócio diretamente. Lembre-se de não realizar acordos verbais, pois tudo tem de estar documentado e, mais importante, fique atento se o que foi acordado verbalmente está, de fato, estipulado no contrato de franquia.

Por fim, depois de fazer um check list dos pontos aqui abordados, veja se está de acordo. Se sim, mãos a obra! Pois, com certeza, haverá muito trabalho esperando pelo novo investidor!

Larissa Magalhães é advogada especializado em franchising e varejo

Artigo publicado: Jornal de Barretos, 6 de agosto de 2013

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