Empresário foge de aluguéis caros e expande fast food sobre rodas

Inserido no mercado de alimentos, dono de uma empresa de doces, Gustavo Ely Chehara abriu para franquias a rede Salgado Mania

Marcela Lima

O preço alto do aluguel em shopping centers levou o empresário Gustavo Ely Chehara a desenvolver um modelo de fast food móvel para a marca Salgado Mania.

Chehara também é dono da empresa de doces Docella. Para iniciar o trabalho nas ruas, o empresário foi atrás da equipe de mecânicos do Lata Velha – quadro do programa Caldeirão do Huck, da Rede Globo – e criou um modelo de food truck.

“Eu ficava pensando em uma alternativa mais barata para continuar vendendo sem reduzir a lucratividade do negócio”, conta o empreendedor. No carro, inicialmente, o foco de vendas eram as iguarias doces que vinham da Docella, mas Chehara colocou salgados para vender e teve um resultado significativo já no primeiro mês. Assim, surgiu nas ruas e para as ruas a marca Salgado Mania.

Não demorou muito para que o empresário abrisse o negócio de salgados para franquias. Nos formatos box (contêiner com sistema hidráulico, que pode ser levado para qualquer lugar), com preço de R$ 119 mil; food truck (com carro incluso), por R$ 169 mil e quiosque, a R$ 99 mil. Todos os valores já incluem a taxa de franquia de R$ 30 mil.

Com uma variedade de 32 salgados, batatas fritas, sanduíches e doces, a empresa já tem abertas duas franquias, mas ainda há 180 fichas de interessados em aderir ao negócio. “Recebemos por dia de 15 a 20 fichas de interessados na Salgado Mania”, conta o empreendedor. Até a metade de 2014, a meta é ter abertas 20 unidades, e até o final do ano cerca de 50 unidades.

O começo

Chehara deixou de lado a carreira de marketing em grandes empresas para abrir seu próprio negócio. Filho de um imigrante árabe, comerciante da Rua 25 de Março (região central de São Paulo), Chehara via todos os dias, pela janela da multinacional em que trabalhava, um vendedor de CDs, que podia escolher o horário de serviço e o local onde parar. Assim, ao receber uma promoção, ele olhou novamente pela janela e viu o ambulante; não só recusou o novo cargo como pediu demissão.

Em 2006, criou sua primeira empresa, a Docella, e vendeu cerca de 1.100 doces apenas no primeiro dia de funcionamento. Ao final de 2009, Chehara já contava com 14 lojas próprias, a maioria situada em shopping centers, e então resolveu transformar a marca em franquia.

Mas abrir a empresa não foi fácil: durante um ano e três meses, o empreendedor foi insistentemente atrás do diretor do shopping Center Norte (zona norte de São Paulo) até conseguir um ponto no local. Em uma semana, Chehara conta que fez um plano de negócios e, ao ver que não havia oferta de doces, surgiu a Docella.

Shoppings

De acordo com Mario Cerveira Filho, advogado especialista em logística, os shopping centers são uma realidade mundial e funcionam como vitrines para marcas que estão começando. Para se instalarem nas ruas, segundo Cerveira, os empreendedores têm de escolher pontos mais evidentes, como ruas movimentadas e conhecidas.

O advogado explica também que, além do preço do condomínio e do aluguel, quem deseja se fixar em um shopping deve desembolsar ainda fundos de promoção – taxa que paga divugação e decorações especiais, por exemplo – e luvas – valor pago pelos locatários de uma loja ao fundo que gerencia o shopping. Desta maneira, o especialista aconselha a quem deseja abrir uma loja em centros comerciais que planeje bem antes de fechar negócio.

Fonte: Portal IG, 24 de janeiro de 2014

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