Varejo volta a ficar aquecido com retomada da atividade econômica no país

Investidores terão seus ativos valorizados, conforme recuperação do segmento

Paula Dume

No primeiro semestre deste ano, o setor de varejo desempenhou um papel significativo ao lado de segmentos relevantes. De acordo com o relatório da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) sobre fusões e aquisições nos seis primeiros meses de 2017, o comércio varejista registrou 4,5% de transações, ocupando o quarto lugar ao lado de setores como indústria e comércio, química e petroquímica, e saneamento.

Para o ano que vem, é esperado um reaquecimento geral nas operações de fusões e aquisições, e as de varejo devem acompanhar esta tendência. Segundo Esther Jerussalmy Cunha, sócia da área Societária do L.O. Baptista Advogados, as empresas vão buscar sinergias. “Lojas que estão em um nicho mais restrito vão acabar ampliando sua atuação e o rol de produtos que atendem. Isso é uma tendência e vai gerar M&As no mercado para consolidar as posições”, estima.

A advogada acredita que, com a queda dos juros e a inflação sob controle, as famílias aumentarão seu poder de consumo, o que certamente provocará crescimento nas vendas e impulsionará resultados expressivamente melhores em 2018. Portanto, há uma janela de oportunidade aberta para os investidores, uma vez que, provavelmente, terão os seus ativos valorizados conforme o setor voltar a se recuperar.

O segmento de varejo, juntamente com os de agronegócio e tecnologia, será uma das promessas para 2018, segundo Esther. Ela nota que existe um apetite também por conta dos fundos de private equity e que há um campo a ser explorado nas empresas que fazem parte do middle market.

Por outro lado, o sócio Daniel Cerveira do Cerveira Advogados Associados percebe que os interessados em realizar operações ainda estão cautelosos e aguardam o momento oportuno. “Muita gente está alavancada também e, muitas vezes, está esperando a estabilização para partir para novos horizontes. Este foi um ano de sobrevivência para o varejo de um modo geral”, comenta.

Setor camaleão

O ano de 2018 promete algumas incertezas, por conta das eleições e da questão da reforma da previdência. Para Esther, no início de 2017, o mercado estava ainda mais apreensivo do que está agora, porém, na perspectiva de um investidor que olha a médio e longo prazos, o Brasil continua sendo uma promessa. “Já tivemos uma retomada de crescimento, e a inflação há anos não está tão baixa. Esses indicadores também favorecem os investimentos de private equity no país”, justifica.

Bruno Guarnieri, sócio da área de M&A do Miguel Neto Advogados, considera que 2018 será um ano próspero para os segmentos de varejo e consumo. Há um cenário interessante para quem quer comprar empresas com valores não muito altos, mas não conseguiu um insight maior antes.

Segundo Bruno, o cenário econômico influenciou a queda das transações varejistas, porque houve um distanciamento entre a expectativa do preço do vendedor e a do comprador. “O comprador queria fazer negócio, porque sabia que o setor não estava indo bem, e o vendedor tentava evitar vender no período de baixa”, avalia. Para 2018, o sócio do Miguel Neto Advogados prevê uma recuperação para as empresas do segmento que conseguiram se manter.

Fonte: Portal Lexis Nexis, 22 de dezembro de 2017

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